sábado, 13 de junho de 2015

Ser gigante sem ninguém saber

A minha mãe é uma "fera silenciosa".
Hoje, já na cama, comecei a pensar que tipo de mulher queria ser. Corri pela cabeça a maioria das minhas amigas. Parei na minha mãe.
Pela primeira vez na vida consegui encontrar uma expressão que faça jus ao seu carácter. Faz tempo que penso nisso e até agora não conseguia encontrar justiça nas minhas descrições.
Suponho que isso também seja daquelas coisas que vem com a idade. Porque para dizer a verdade nem aos 3 anos, quando o pai e a mãe são os melhores do mundo, se lhes faz justiça. Um dia cresces e reparas que afinal são só humanos, que também se enganam e até que, às vezes, não têm razão.
Mas eu percebi que a minha mãe tinha mais razão do que eu pensava.
Lembro de ser adolescente e pensar que não queria ser como a minha mãe. Irritava-me ver como se fazia pequenina em tudo o que fazia. Irritava-me, particularmente, o que me parecia ser uma certa "submissão" em relação ao meu pai. Sempre pensei para com os meus botões (se não o disse) que comigo ia ser diferente!
Hoje, que a adolescência já não canta, tenho vergonha do que pensei. Tenho vergonha porque demorei a reconhecer naquela pequenez uma grandeza extraordinária. Tenho vergonha porque demorei uns bons 20 anos para perceber que as pessoas extraordinarias são pequeninas. Demorei a perceber que se a minha mãe não se fizesses pequena não podia caber nas nossas caixinhas muito mais reduzidas e insignificantes.
Acho que já escolhi, quero ser como a minha mãe.

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