domingo, 23 de novembro de 2014

Só mais uma coisa...

Acabo de receber um email da Caixa a convidar-me a começar hoje a poupar para a reforma. 

Computador em coma, Blog em coma...

Estou há mil anos sem computador. Mas como? Estou há mil anos falida. Foram uns maus investimentos no fim de Setembro e a queda desta bolsa para bens nao essenciais, e bastou...
Mas, deixemo-nos de matutar sobre a minha falta de capacidade para poupar.
Achei por bem, desde um computador da biblioteca, vir aqui deixar uma pequena homenagem a todos os post que ficaram por escrever. E a mim, por todos os posts que me ficaram na ponta da língua e nada mais.
Em resumo: quarto ano tens-me apaixonada. Sim, tens me apaixonada pelas cadeiras acessíveis, pelas aulas a começar às 3 da tarde, pelas noites de festa e saídas a que (obrigada, mas agradecida) fui, pelas mudanças cá em casa, pelas risadas e conversas até às 3 da manha... (e pela psiquiatría, que secretamente, ganhou um espaço por aí algures.)

ps: nao há tils...

domingo, 5 de outubro de 2014

Mais um voltinha no carrossel?

Pois... Voltou a acontecer. (Mas, até está giro)
A cereja, desta vez, foi o pack de rolos que comprei e enrolei com todo o carinho, nas sete partes de cabelo que o ehow aconselhou. Devia ter-me aconselhado também que o carinho não chega, no que toca a penteados...

A ti que vives num outro hemisfério

Abri a fotografia que me mandaste. 
O meu coração parou.
Dei-me conta de que aquele ar de menino que tinhas, se substituiu, um dia, por um ar de homem crescido. 
Confesso que me deu um certo gozo... Aperceber-me que o tempo passou. Que também passou por mim. 
Que passou por nós. 

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Insuportavelmente inseparáveis

Toda a vida fomos como o gato e o cão. Chamámos mais nomes um ao outro, que a outra pessoa qualquer do mundo. Gritámos e barafustámos um com o outro, mais vezes que aquelas em jogámos na mesma equipa.
Ainda hoje, 3, 4 dias é o tempo limite que aguentamos debaixo do mesmo tecto, sem "andar à chapada".
E mesmo assim...
Mesmo assim, conhecemos-nos como ninguém. Sabes o que estou a pensar, mesmo naquelas alturas em que o meu plano é exageradamente elaborado e original.  Conheces cada ponto fraco meu e tens o dom de me irritar, até nos dias mais pacíficos.  És lixado, no que toca a convencer-me do que seja...  
E sabes, muito bem, tudo isto.
Mas, eu também. Lembro-me de ter uns 8 anos e ter passado horas a pensar na última palavra que queria dizer antes de morrer. Escolhi e disse: " Nunca te esqueças desta palavra:...". E não esqueceste. 13 anos depois ainda é a password das tuas coisas importantes. Nunca te o vou dizer , mas cada vez que me lembro disto, a minha alma ri à gargalhada (com uma pontinha de orgulho), porque sabe o teu segredo...

É engraçado... Foi preciso vir para longe, deixar de te ver todos os dias, para perceber que a tua irritante maneira de me tirar do sério, constantemente, me faz falta. 

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Recomeços

Cheguei há uma semana.
Mais calma, menos criança.
Vim com a estranha sensação de que trago os pés assentes na terra, de uma maneira diferente.
Trago a vontade do recomeço, com a calma e a sensatez de quem se acaba de dar conta de que as asneiras também contam, que também são parte do que é crescer.
Quando fui ter a tua casa, na noite antes de me vir embora, contei-te todos os meus "planos" para este ano. Ouviste, com a cara de quem leva a sério cada palavra que me saía da boca. No fim, olhaste para mim e disseste: "Basicamente, queres ser perfeita...". Tenho me lembrado de ti e dessa tua frase. Rio-me sozinha. 
Talvez, tenha abusado. Abuso sempre. Um grande amigo meu, disse-me uma vez que sou uma bruta. Não podia ser mais verdade. 
Por isso, este ano o meu "plano" é viver com objectivos pequeninos e encontrar na rotina (que TANTO me faz falta) um refúgio, uma segurança. 
Dos objectivos pequeninos hei-de te escrever mais tarde, quando o pó assentar e a vida por estas bandas começar a correr mais... devagar.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Um daqueles dias...

Hoje foi um daqueles dias... Daqueles dias em que, às 7.41 da manhã, já se pode falar do que foi.
Hoje, foi daqueles dias que duraram uma semana. Sim, porque a quantidade de horas dormidas equivaleu a uma noite, suponho...
Estou no aeroporto há 8h... Voo mega atrasado. Directa, com um exame pelo meio, e um ano lectivo daqueles, em cima.
Não sou MED... Ainda não. Terceiro ano "fatal", como dizem os espanhois.
Duas cadeiras caídas (uma por confirmar, com secreta esperança, mas infundada, de um milagre). Uma alergia daquelas que destroem as pernas e as mãos, e um sono que não me deixa pensar.
Quero uma cama! Quero não ter chumbado, quero que o terceiro tivesse sido diferente.

Mas, é a vida... Não sou MED, mas sou mais. Sou MEd..., sou jogadora de rugby, sou pintora (de paredes), sou "catalono-parlante" e, ainda, sou namorada. Perdi umas (concretamente 2s), mas ganhei um grupo de amigas daquelas que ficam para sempre, duas lições de vida que também costumam ficar e ainda viajei que me fartei. 
Terceiro ano, foste duro. Terceiro ano, não vou ter saudades. Terceiro ano, adeus!

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Querida Mãe,

Tenho exame de Hemato dentro de 4 horas e vou chumbar redondamente.
Se a Mãe me perguntar se foi por não estudar, respondo-lhe que sim. Que foi por não estudar, como devia de ser, Digestivo. A cadeira que fiz em Outubro.
Porque não estudei como deve de ser, deixei que se fosse acumulando uma bola de neve, que entre duas semanas a dormir 3 horas por noite, um ano inteiro de directas e uma cadeira que pede de mim tudo e mais, resulta em, mais um, chumbo.
Queria-lhe pedir desculpa... Pedir desculpa pela preguiça dos dias em que não estudei, pelo desperdício de tempo, pelo desistir antes da hora, pela falta de força e pelo cansaço que não consigo combater. Queria-lhe pedir desculpa pela ingratidão que é cada uma destas coisas. Pelos dias em que parece que não reconheço o esforço que todos, aí em casa, fazem por mim.
Reconheço e hei-de estar agradecida toda a minha vida.
Mas, por estas coisas todas: desculpe-me.



sexta-feira, 20 de junho de 2014

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Razões para não seres alarve:

1.Tás "tão" magrinha, aproveita. Nada como chegar a casa com ar desnutrido e receber elogios!
2. Já só tens 30 cents na conta e o mês só acaba quando acaba;

Há mais de certeza, mas neste momento o meu Ervilhócerebro está demasiado ocupado com infecções urinárias e afins...

QUERO FÉRIAS!

Tenho:

Preguiça, sono, vontade de estar de férias, calor, sono, saudades, muitas saudades...

sábado, 14 de junho de 2014

She is a maniac BUT NOT on the floor

Num daqueles dias, que vieram depois do meu avô morrer, a Tia J. fez um comentário que me ficou. Disse que, uma coisa que lhe acontecia muitas vezes, era ter um música na cabeça que reflectia o dia.
(Nesse dia era o Yellow Submarine... uma história para outro dia.)
A partir desse dia, não sei se por ter a mente viciada, ou por ter sido chamada à atenção para uma coisa que sempre esteve, mas a que nunca liguei, comecei reparar que me acontece o mesmo. Quase todos os dias! 
A música que, hoje, não me sai da cabeça é esta: 
She is a MANIAC  (but not on the floor...)


quarta-feira, 11 de junho de 2014

Panela de pressão

Conhecem o objecto? Sou eu...
A acumular, sempre com a desculpa de que para a "boa convivência" é melhor assim. Sempre a dizer: responder não vale a pena.
Mas, meu Deus, a paciência TEM limites...
Por favor, que os meus sejam ENORMES!!!



sexta-feira, 6 de junho de 2014

Queridos Ateus,

Nós não somos cães abandonados, à espera de ser abatidos. Nós somos seres humanos, dotados de razão, liberdade e poder de decisão. As nossas escolhas, por muito radicais, insensatas e até estúpidas que pareçam, são tomadas em PLENA liberdade. Ninguém nos obriga a nada. A Igreja propõe e ensina. Nós, dotados de razão aderimos, ou não.
Por tanto, dispensamos que venham defender a nossa honra. Dispensamos que, como ateus orgulhos, se intrometam nos debates internos de Igreja. Não tenham pena de nós por não fazer sexo. Se não fazemos, é porque não queremos. E acreditem em mim, nós podemos. Não precisamos que venham com as vossas atitudes condescendentes, defender os "pobres jovens da Igreja", que de tão mal informados, nem sabem o que é um preservativo. Nós sabemos, nós conhecemos. Nós também temos as nossas experiências e também fazemos as nossas escolhas (se calhar mais bem informados, que muitos ateus). 
Se calhar, em vez de virem pedir abertura da Igreja, peçam mas é abertura de mente, para entender que nem todos vivemos da mesma forma, nem todos fazemos as mesmas escolhas e que nem todos nos entregamos da mesma forma.

Estive a ver o Pros e Contras e acabei irritada com uma intervenção...

sábado, 17 de maio de 2014

Dupont et Dupond


Parecem iguais. Têm a mesma profissão e o mesmo feitio. São inteligentes mas irremediavelmente trapalhões. Vão ser confundidos para o resto da vida. Têm um sentido de estilo pouco desenvolvido, mas ficam sempre bem de fato. Adoram competir e nunca deixam o outro esquecer quem é o melhor. Partilham um carro com um amigo loiro, que é um dos seus melhores amigos, daqueles que são quase irmãos.

A única coisa que distingue o Dupont do Dupond é o bigode. M. e P., por favor, nunca deixem crescer um. Gostamos de vocês assim.

Muitos muitos parabéns!

By MC.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Por favor não cresças

Dou-me conta de que já estou aqui há uma vida, quando vejo uma fotografia de pequeno António, com a seguinte legenda: "selfie do momento, tanto swag (snq)". Snq?

segunda-feira, 12 de maio de 2014

12 de Maio

Acho que todos temos uma missão. Que ninguém vem a este mundo por acaso. Todos vimos mudar alguma coisa no mundo. Mudar as vida de alguém e deixar saudades um dia.
Querida Carminho, hoje fizeste 3 anos. E do alto dos teus 90 cm, deste-me uma daquelas coisas, que hei-de agradecer o resto da vida. 
Esta é daquelas histórias que não te vou contar, quando fores mais velha. Mas fica a saber: as tuas saudades, de alguém que só vês duas vezes ao ano, e que conheces pelo que a Mãe te conta, mais que pelas vezes que brincámos as duas, já fizeram a diferença neste mundo.
Parabéns Princess!

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Guerras (in)úteis...

Já passaram anos, mas todos os dias espero. Espero que as coisas voltem ao que eram. Que tudo se arranje, que no fim tudo volte ao normal... 
Mas, há dias em que fico cansada. Esgotada. Perco a força de lutar contra a maré e penso no que será melhor. Continuar a lutar para que tudo volte a ser o que era, mesmo que essa luta seja inútil, destrutiva e nos roube o pouco que ficou, do que antes havia. Ou deixar andar, assumir que já nada é como dantes, e deixar ganhar o errado, aceitando-o. 

terça-feira, 6 de maio de 2014

Quando a emenda é pior que o soneto

Há duas coisas, que se forem verdade, fazem da vida algo muito mais fácil.
1. Quanto mais fazemos, mais podemos fazer;
2. Quanto menos se come, menos fome se tem;

Por experiência própria, diria que até são verdade.
Agora, a história é mais ou menos aquela do Rumpelstiltskin, um favor desta vida nunca vem de borla.
1. Quanto mais fazemos, mais podemos fazer, até um certo ponto. MAS, temos que saber priorizar. Quem não prioriza, acaba com um montão de hobbies, muito divertidos, mas, é despedido. (ou chumba a todas as cadeiras)
2. Quanto menos Porcaria se come, menos fome de porcaria se tem. Porque em dias como o de hoje, em que decido poupar em comida (para comprar roupa), janto que nem um animal. 

sábado, 26 de abril de 2014

Mau bocado

A passar um mau bocado, pode-se dizer que é isso.
Às vezes penso na ingratidão que é sentir-me totalmente fora desta vida. Que é, o que eu sempre quis, mas muito diferente, do que o que eu sempre sonhei.
É evidente que a realidade e os sonho não são compatíveis. É evidente que a realidade é quase sempre bem pior. Mas, sabe-se lá como, geralmente compensa, e a longo prazo revela-se infinitas vezes mais gratificante.
Não sei se estes dias, se esta frustração e esta vontade de mudar de vida, são passo para um crescimento. Se são a vida a puxar por mim para me fazer andar para a frente e reconhecer a riqueza na angústia. Ou se, são o grito de socorro, de uma vida a pedir para ser outra, totalmente diferente.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Saber línguas é importante

Depois, de um boom de post's (com um "Q" de bipolaridade), vou dormir. 
Só pra vos animar a manhã, e já que a diarreia é um tema que decidi trazer para aqui:
Directamente de uma conversa com os meus amigos espanhóis:

  • "Cómo se dice diarrea en africano? Abundalacaca"
  • "Cómo se dice en Japonés? Kagasagua" 

A título de registo pessoal (2)

Acabei. Fiz TUDO o que podia. Entreguei-me com tudo o que tinha (o que em certos dias, não foi tanto como gostava).
Mas, dei tudo o que tinha. Tudo. E estou feliz.
Finalmente acabou.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

A título de registo pessoal:

ODEIO A MINHA VIDA

A medicina mexe dentro de nós

Este post podia ser enorme. Podia ficar, meia hora, a deambular pelas mudanças e crescimentos, desilusões e estaladas na cara, e etcetras deste curso horrível.
Mas, não.
Venho falar de uma mudança pontual, mas impactante, quando um se dá conta.
Trata-se de estudar ao mesmo tempo que se come. Capacidade que eu tenho desenvolvida, melhor 
que qualquer outra.
Estudar e comer. Estudar MEDICINA  e comer. Ora veja-se:
Pequeno-almoço: acompanhado pela magistral de diarreia crónica
Para o jantar ficou a patologia peri-anal (vão ver ao google é giro.)
Há vida melhor que esta????

(MIGUEL, POR-FA-VOR, CASA-TE COMIGO ESTE VERÃO. PROMETO QUE PODEMOS TER OS FILHOS TODOS QUE QUISERES, MESMO! SÓ TENS QUE ME "suportar financeiramente")

A 9 horas da recuperação, e:

1. "Só sei, que nada sei";
2. Tenho menos conhecimentos, que quando fiz os dois exames a primeira vez. Preve-se, portanto, 1's.
3. QUERO QUE ISTO ACABE!!!!!!!


sábado, 19 de abril de 2014

Porque no fim, és sempre Tu o Pai

Porque, mesmo que eu não tenha tempo para Ti; porque mesmo que a vigília pascal seja "demasiadas horas para "desperdiçar" na véspera do exame, ainda que me apetecesse muito"; e porque, mesmo que dissocie de Ti o meu dia-a-dia e só me lembre de Ti antes de ir dormir, mais por hábito que por amor, nunca te esqueces de mim.
Nem mesmo no Teu dia, no dia do ano que é mais Teu que qualquer outro.
Acabamos sempre a falar:
Agradecer o que não nos dão

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Em resumo...

I fill like shit.

Alguém me ensinou que, para não nos preocuparmos com coisas que não merecem preocupação, devemos perguntar-nos o seguinte: "Vai fazer a diferença daqui a 3 anos?".
Sabedoria popular, filosofia chinesa ou pura chachada, este truque é a cereja no topo da minha angústia.
Exames na terça. Provavelmente o dia mais difícil (academicamente falando) que me chega às mãos. Recuperar duas das cadeiras mais difíceis do curso, num dia. 
É verdade que estou a estudar desde de Fevereiro.
Tenho apontamentos feitos de tudo. 
Mas, agora realizei que é impossível. Em 5 dias, não me vai entrar tudo na cabeça, com a organização que requer.
Deixar uma não é solução, too scared for that, too much time invested.
Chorar também não.
Estou angustiada, nervosa, irritada e a sentir-me profundamente impotente. Ashtag, Ashtag, Ashtag.
E dentro de três anos:
Fiz três anos mais de curso e ainda não estou no sexto. A minha mãe pagou o triplo de matrícula, porque uma cadeira arrastada leva outras duas atrás, e por aí fora. Mais um ano para a Mãe pagar. Mais um ano para o M esperar.
E tudo para quê??? 
Se o resto da vida for assim, se o resto da vida se resumir a constantes batalhas diárias, a rotinárias promessas de que amanhã vai ser melhor e diferente, a constantes desilusões, tudo por 5 minutos de vitória que vêm quando lhes apetece, DISPENSO.´
Posso me despedir???
Odeio medicina Ashtag.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Procura-se mentiroso piedoso

Procura-se alguém com a capacidade de me ligar e mentir de forma credível. Alguém capaz de me me mentir piedosamente e dizer-me, na cara, que vou conseguir. Alguém que finja que, no fim, tudo se resolve e que me diga que acredita, que vou passar.
Não preciso de verdades, só de bons actores. Alguém?

Hoje,

Todas as pessoas que vivem em casa dos pais; que não têm que ir às compras, carregar os sacos e cozinhar; que nunca se deram conta que durante a época de exames a roupa também se suja e alguém tem que a lavar; que não usam as t-shirts três vezes para "poupar"; que têm máquina de lavar pratos; que nunca limparam o pó e que não têm que pensar no jantar, irritam-me.
As que estão de férias? Essas abomino.

sábado, 12 de abril de 2014

Primeira vez

A minha primeira vez foi com o Narciso. Gritou o tempo todo e ao fim de 4 minutos estava morto. 
"Dizem" que só se é médico de verdade depois de se matar um paciente. Suponho que isso não seja bem assim. Imagino que a maioria dos médicos não matem ninguém, a vida toda. Espero que isso seja verdade e rezo para nunca calçar esses sapatos.
Uma vez, uma professora disse-nos que todos íamos cometer um erro ao longo das nossas carreiras. É rezar para que seja pequeno.
Quanto ao Narciso... Bem, posso dizer que já eram 5.30h, que estava cansada e que não fazia a menor ideia do que fazer.
Mostraram-nos um caso clínico, lemos a história e entrámos (a Maria e eu) no quarto onde o Narciso passa os dias. Ele gritava, suava, tremia. Nós tremiamos ainda mais. A "enfermeira" só nos perguntava o que queríamos que fizesse. A minha cabeça estava vazia. Toda a teoria, que já por si é pouca, fugiu naquele instante.
Nem se me ocorreu perguntar-lhe o que se passava. Primeira regra: trata-se o paciente e não a doença. Eu ia tratar o shock séptico e não o Narciso. 
Olhei para as análises que eram o oposto do que esperava. Foi-se o diagnóstico por água abaixo. Tivesse-me preocupado em rever a história clínica e tudo faria sentido. 
Auscultei o narciso, mas não parei para ouvir. 
E quando a enfermeira me perguntou quando oxigénio lhe devia dar respondi: "15". Mais tarde, a professora lá disse que o ar por si, tem 21% de oxigénio, ou seja ao dar-lhe quinze estava a privá-lo ainda mais. A Maria lá gritou um 100%, o que também foi bastante ao lado...
Ao fim de 4 minutos, ouvimos: "O vosso paciente morreu". Nem me tinha dado conta, confesso.
E a simulação acabou.
Am I in the right place?

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Namorar

Namorar tem muito que se lhe diga. Escrevem-se textos e mais textos. "Conselhos e segredos para um namoro duradouro", "Maneiras de fazer as coisas funcionar" e até coisas como "10 truques que o vão deixar fora de si" (e não é de irritação). 
O meu podia chamar-se: "O que fazer quando ele vai pescar, remar, fritar ou fazer uma outra actividade, cujo nome se relaciona com actividade piscatória, mas que não tem nada a ver" ou "10 actividades, cujos nomes são todos de origem anglo-saxónica, que a vão deixar louca" (meeting, bonding, crushing, burning, team bulding, entre outras...).
Na sua essência, consistiria em exercícios de respiração, beeeem profunda.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

"Sevilla tiene un color especial"

De volta, depois de três dias maravilhosos, a minha alma está cheia. 
Três dias: Campeonato de Espanha de Rugby Universitário.
Agoniei, sobre a decisão de ir, ou não. 
Fui, e venho de alma CHEIA e pronta para me atirar de cabeça ao trabalho. 
Sei que se adivinham duas semanas de verdadeira quaresma, sei que chegou a hora de dar o tudo por tudo. Sei que é agora, ou nunca. 
Estou morta de medo de não conseguir e, realisticamente, reconheço que as probabilidades de alcançar O objectivo, não estão bem a meu favor. Mas, que se lixe!
Se me tivessem dito há 6 meses, que ontem fiz 14 horas de autocarro, de volta de um campeonato de Espanha de Rugby, eu ria-me e dizia que isso era impossível.
Pelos vistos, na vida também há espaço para as coisas impossíveis.

segunda-feira, 31 de março de 2014

Something New (música é ÓPTIMA!)

Para morrer é preciso estar vivo

Passei a manhã na unidade de cuidados paliativos. Um corredor cheio de quartos, onde estão doentes que não vão chegar às chuvas do mês de Abril. 
Ia preparada. Já levava a força mental e o escudo da ironía preparados para o que fosse. Também levava (escondida) uma secreta vontade de testar as minhas leves convicções sobre a eutanásia. Queria saber se eutanásia e a caridade podem ser irmãs.
Posso dizer que voltei para casa, mais rica do que quando me levantei hoje da cama. Que voltei para casa com uma convicção clara, coisa que nunca tive sobre o assunto, de que a eutanásia vive mascarada de caridade, mas é um arma perigosa do egoísmo e do cansaço.
Por um lado, conversei com a médica que me aturou toda a manhã (uma médica extraordinária, que vive naquele contexto todos os dias e que não lhe falta um sorriso. uma pessoa extraordinariamente humana e sensível, que ainda por cima me levou a toma o pequeno almoço!!). Falámos sobre isso só um bocadinho, mas ela disse uma coisa que me marcou profundamente: " Espero nunca ver a eutanásia legalizada neste país. A eutanásia é perigosa e não protege os mais velhos. No dia em que isso acontecer é muito fácil as famílias livrarem-se do peso que é uma pessoa velhinha doente".E mais: "Aprende isto: ninguém quer morrer, as pessoas só não querem sofrer." e para isso estão os cuidados paliativos.
Posso prometer que isso é verdade. Hoje, numa manhã inteira, entre gente que está bem perto do Céu, não vi uma lágrima e muito menos alguém que fosse deixado em sofrimento. Vi uma força extraordinária em cada doente, uma clara vontade de viver e de lutar pela vida. Uma alegria e uma satisfação, em situações de vida que nos angustiam só de pensar. Uma força, uma luta tão instintiva como chorar quando se vem ao mundo. 
Hoje aprendi que morrer não é o último suspiro, mas sim o caminho até lá. Que morrer toca a todos e que todos temos esse direito, o direito de morrer e demorar o tempo que nos apetecer a fazê-lo. Encurtar esse tempo é roubar-nos uma parte da vida, que ainda temos para viver. 

terça-feira, 25 de março de 2014

Praias e redes penduradas nas palmeiras

Hoje fui ao médico (acabei com um colar cervical) e às tantas queixo-me de que a minha lesão no pescoço (feita ontem no "ballet") não me deixa estudar, visto que não posso olhar pra baixo. Ao que o Sr. Dr. responde: "Se calhar, não te fazia nada mal um dia de descanso."
Riu-me e penso: "MAS ESTÁS A GOZAR COMIGO OU QUÊ?! Estou a fazer o mesmo curso que tu fizeste, certo?"
Medicina, porque é que me odeias?

quarta-feira, 19 de março de 2014

Francisca nível 10

Hoje atingi um novo nível: estudar para não tirar pontos negativos! Objectivo da semana: ter mais de zero no exame de sexta! Quem está comigo? (Bem dita a vida do estudante de medicina)

20

Hoje fizeste anos. 
Gostava de ter passado este dia contigo. De te ter dado um abraço enorme quando te vi. De te ter oferecido um presente daqueles que só os verdadeiros amigos conseguem escolher. 
Gostava que este tivesse sido MAIS um ano. Dos muitos, muitos em que me terias para te cantar os parabéns. 
Mas não. A vida anda para a frente e, às vezes, pro lado. Os caminhos são outros, por mais parecidos que pareçam. As pessoas não ficam para sempre e ninguém é indispensável. 


sexta-feira, 14 de março de 2014

Uma vez, ouvi a Kika a dizer que o que ela queria mesmo ser era advogada de uma serie de televisão. Como eu a entendo!

Brincadeirinha

Vai a um atelier de cozinha. Eu assumo: vou ter um jantar romântico, cozinhado pelo namorado, que nunca mexeu uma colher de pau por mim.
Passados dois ou três dias, recebo as receitas no email...
Só podes estar a gozar.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Sabes Miguel...

Hoje passei um dia miserável. E passei um dia miserável, porque por ele passei. Passei por este dia sem o viver e aproveitar. Sem por os meus talentos a render. 
Mas, depois fui à missa.
Fui à missa porque sem mo pedir, mo pediste. Porque, mesmo quando eu já estava pronta pra voltar pra trás, me deste a mão e não a largaste mais. Porque hoje jogámos em equipa.
Acho que se não tivesse ido hoje à missa, já não voltava lá nos próximos tempos.
E sabes que mais?
Não sei o que Lhe deu. Normalmente espeta-me com cada missa mais aborrecida... Mas, hoje não. Hoje parece que falou comigo. Pareceu que cada palavra daquela homilía vinha de um conhecimento profundo de uma alma, que era impossível alguém, senão Ele, conhecer.
Obrigada.

sábado, 8 de março de 2014

Desencantos

2013 foi daqueles anos para esquecer, uma angústias do princípio ao fim. Foi o ano em que aprendi que a vida não é justa. 
Ficar a saber que a Vida não é justa não é uma coisa que aconteça aos 21. As injustiças da Vida fazem-se sentir, de vez em quando, quase desde que nascemos. Agora, deixar de esperar que algum dia a Vida não seja assim, perder esperança de que as coisas mudem, isso sim, requer algum desencanto. E o desencanto só vem com a idade.
Não estou totalmente desencantada, enquanto há Vida há esperança, isso não deixa de ser verdade. Mas, estou vacinada.
Acho que saí de casa de um Pai, para perder o conforto, o abraço e a confiança. Percebi que afinal esse Pai, como os outros pais todos do mundo, não era como eu pensava. O meu olhar infantil perdeu-se no caminho, a minha confiança cega ganhou um par de óculos e o meu Pai agora vive numa casa bem longe da minha.
Continuamos a dar-nos, ligo-lhe quando posso, faço um esforço.  Vou visitá-lo uma vez por semana, mas as nossas conversas já não são o que eram. Conto-lhe os meus problemas, mas já não espero que mos resolva. 
Crescer é duro.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Isabel, Isabel...



Alguém se lembra da Isabel? Conhecemo-nos nas Jornadas e na altura pareceste-me fantástica. Nunca mais nos vimos, desde aí. Hoje, decidi matar saudades.
Desiludiste-me.
Realmente, é mesmo verdade que para a fome não há mau pão.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbQjfSg26AorOGcP_ARPtkG5Y48B0K8Yh-P8NlEUg3ukxQcYb0aLM-1-tBaXmdML7H-uC0W_Awf_65USVzr6UVuwfb7y5noH-KBBA8ejPKC_o2akLR054fp3ZtYs2rLWset4eF-hI1lOA/s320/ensBol_ligera_90.jpg

terça-feira, 4 de março de 2014

Pouco, pequeno e possível

Três palavras para esquecer, porque desperate times ask for desperate measures.
Portanto, para os próximos dois meses:
MUITO, GRANDE e quase IMPOSSÍVEL.
MUITO: Cardio, Digestivo, Hemato
GRANDE: Horário diário que começa às 7.30 da manhã (não me venham com comentários de "ah, eu cá levanto-me todos os dias a essa hora...", porque eu não.)
IMPOSSÍVEL: Acabar o ano lectivo com tudo passado.

Este post acabou de me enervar...

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Querida Avó,

Tenho saudades. Hoje não é um dia especial e não é daqueles dias em é suposto lembrar-me de si e ligar à mãe a dizer alguma coisa, que não sei bem o quê, até porque nunca o fiz.
Tenho saudades das coisas de que é normal ter saudades, como todos os netos com avós no Céu têm. Mas, ainda mais que essas saudades, tenho saudades de uma avó que nunca cheguei a conhecer. Tenho saudades das conversas que só hoje a minha maturidade permite e que nunca chegámos a ter. Tenho saudades de ouvir falar dos tempos em que a avó viveu em Coimbra, que nunca cheguei a ouvir. Tenho saudades de ouvir os conselhos de Médica para Um Dia Médica, que nunca cheguei a guardar.
Penso em si muitos dias, quase todos. Raramente penso nos nossos passeios ou nos arrozes insonsos que avó cozinhava. Também só em dias de verão me vêm à cabeça as barrigadas de batido de morango, que faziamos lá na Quinta.
Penso, isso sim, no que é que a Avó me diria agora mesmo.
Imagino as nossas conversas sobre medicina, ou melhor sobre estudar medicina. Imagino as histórias que a avó teria para me contar, imagino-me a ouvir falar das difilculdades deste curso e reconhecer nessas histórias, com 60 anos, os mesmos dilemas e as mesmas lutas, os mesmos cansaços e as mesmas saudades.
E no fim das nossas conversas eu ia sair sempre consolada, porque sabia que no fim vale a pena. Que o fim não é um mito. Que um dia me posso rir e ter saudades dos enormes desafios que este curso me propõe.
Sei que não podemos ter tudo o que queremos e que uma conversa e um sumo de laranja só daqui a muitos (MUITOS) anos, espero.
Mas, estou agradecida pelo exemplo que ficou e pelas saudades que deixou. Pela Médica, pela Mãe de 4, pela Avó de 12.
Espero que esteja tudo bem por aí.

Beijinhos CHIEOS de saudades,

Francisca.

PS: Hoje vinha no elevador a olhar-me ao espelho e a pensar com não gosto da minha boca. É demasiado fina. Despois, abri, por acaso, uma fotografia da Avó e lá estava uma boca igual à minha.
PPS: Vou mostrando fotografias ao Xavier e ao Simão e nunca os deixo esquecer.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

I'm not cut out for this...

Corridas de resistência nunca foram o meu forte.
Sou de sprints.
Sempre fui o suficientemente rápida para me manter em níveis aceitáveis de competição.
De repende, dou por mim a correr a maratona. A maratona não amigável, onde o tempo interessa e cada passo faz a diferença. 
E agora?
Não posso desistir. Porque as pessoas não desistem de maratonas como esta.
Mas, também não tenho folgo. 
Preciso de dopping...

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Querida Francisca,

NÃO VOLTES A CORTAR O CABELO CURTO! É a segunda vez que o fazes e corre SEMPRE MAL!!
POR FAVOR.

Se duvidares lê isto:
Querida Francisca,
Imagino que se estás a ler isto é porque voltaste a considerar cortar o cabelo curto. Perguntas-te se te ficaria bem e no fundo até já te imaginas. Pois, estás a imaginar mal. 
Acabei de voltar de Istambul e as maravilhosas fotografias estão todas estragadas. Não há uma que se aproveite. E a culpa é deste corte horrível.
Por isso:
Por mim, por ti e por todos os que nos rodeiam não o faças, conserva o teu cabelo com pelo menos 40 cm.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

A ti Tiago e a ti Maria

A ti Tiago, por te teres lembrado (depois de três anos) que escrevo um blog e por me teres mostrado que alguma coisa de interessante devia ter. 
A ti Maria, para que o teu dia tenha um boa notícia.
A história de hoje é a seguinte:
Hoje o treino do rugby mudou de campo. As luzes do nosso campo estavam apagadas e tivemos que ir jogar para um dos dois campos de futebol, paralelos.
De um lado as duas equipas da universidade, rapazes e miúdas.
Do outro lado uma equipa de futebol.
Do nosso lado:
Jogo misto, placagens, caídas ao chão e pisadelas, que me fazem duvidar se me entrarão os sapatos do Equador.
Do outro lado: uma equipa de futebol.
De repente, ouve-se um grito de um jogador de futebol que está no campo do lado, no chão agarrado a uma perna. 
Paramos, olhamos e ouve-se: "Futebol..."
E o nosso jogo continua.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

At least, " till I find that old love or that old love comes to find me"

Este blog acabou. Este é o último post que vou escrever. Ainda tinha esperança de que, com o tempo, a vontade de escrever voltasse, mais que não seja, porque me dei conta de aqui deixei uma história para contar a mim mesma daqui a muitos anos. 
Mas, já não sou capaz. Já não tenho o ânimo, nem a força, para me por a pensar no dia que passou. 
Já não tenho a coragem, mas também já não tenho a vontade. A vida às vezes dói e o melhor é deixar andar.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Poesia...

Cansaço (para o Miguel)

Às vezes estou cansada.
Outras vezes és tu.
Muitas vezes somos os dois. 
Quase nunca, nenhum.

O cansaço acumula-se. 
A paciência a inverter. 
A tua cama está fria.
Com saudades de te ver.

Mas, não te preocupes.
Amanhã vai ser igual.
Se fosse pior,
Isso é que te fazia mal.

Pensa antes no seguinte:
És um sortudo Lisboa,
que tem a sorte de ter,
uma namorada toda boa.