A passar um mau bocado, pode-se dizer que é isso.
Às vezes penso na ingratidão que é sentir-me totalmente fora desta vida. Que é, o que eu sempre quis, mas muito diferente, do que o que eu sempre sonhei.
É evidente que a realidade e os sonho não são compatíveis. É evidente que a realidade é quase sempre bem pior. Mas, sabe-se lá como, geralmente compensa, e a longo prazo revela-se infinitas vezes mais gratificante.
Não sei se estes dias, se esta frustração e esta vontade de mudar de vida, são passo para um crescimento. Se são a vida a puxar por mim para me fazer andar para a frente e reconhecer a riqueza na angústia. Ou se, são o grito de socorro, de uma vida a pedir para ser outra, totalmente diferente.
sábado, 26 de abril de 2014
terça-feira, 22 de abril de 2014
Saber línguas é importante
Depois, de um boom de post's (com um "Q" de bipolaridade), vou dormir.
Só pra vos animar a manhã, e já que a diarreia é um tema que decidi trazer para aqui:
Directamente de uma conversa com os meus amigos espanhóis:
Só pra vos animar a manhã, e já que a diarreia é um tema que decidi trazer para aqui:
Directamente de uma conversa com os meus amigos espanhóis:
- "Cómo se dice diarrea en africano? Abundalacaca"
- "Cómo se dice en Japonés? Kagasagua"
A título de registo pessoal (2)
Acabei. Fiz TUDO o que podia. Entreguei-me com tudo o que tinha (o que em certos dias, não foi tanto como gostava).
Mas, dei tudo o que tinha. Tudo. E estou feliz.
Finalmente acabou.
Mas, dei tudo o que tinha. Tudo. E estou feliz.
Finalmente acabou.
segunda-feira, 21 de abril de 2014
A medicina mexe dentro de nós
Este post podia ser enorme. Podia ficar, meia hora, a deambular pelas mudanças e crescimentos, desilusões e estaladas na cara, e etcetras deste curso horrível.
Mas, não.
Venho falar de uma mudança pontual, mas impactante, quando um se dá conta.
Trata-se de estudar ao mesmo tempo que se come. Capacidade que eu tenho desenvolvida, melhor
que qualquer outra.
Estudar e comer. Estudar MEDICINA e comer. Ora veja-se:
Pequeno-almoço: acompanhado pela magistral de diarreia crónica
Para o jantar ficou a patologia peri-anal (vão ver ao google é giro.)
Há vida melhor que esta????
(MIGUEL, POR-FA-VOR, CASA-TE COMIGO ESTE VERÃO. PROMETO QUE PODEMOS TER OS FILHOS TODOS QUE QUISERES, MESMO! SÓ TENS QUE ME "suportar financeiramente")
A 9 horas da recuperação, e:
1. "Só sei, que nada sei";
2. Tenho menos conhecimentos, que quando fiz os dois exames a primeira vez. Preve-se, portanto, 1's.
3. QUERO QUE ISTO ACABE!!!!!!!
2. Tenho menos conhecimentos, que quando fiz os dois exames a primeira vez. Preve-se, portanto, 1's.
3. QUERO QUE ISTO ACABE!!!!!!!
sábado, 19 de abril de 2014
Porque no fim, és sempre Tu o Pai
Porque, mesmo que eu não tenha tempo para Ti; porque mesmo que a vigília pascal seja "demasiadas horas para "desperdiçar" na véspera do exame, ainda que me apetecesse muito"; e porque, mesmo que dissocie de Ti o meu dia-a-dia e só me lembre de Ti antes de ir dormir, mais por hábito que por amor, nunca te esqueces de mim.
Nem mesmo no Teu dia, no dia do ano que é mais Teu que qualquer outro.
Acabamos sempre a falar:
Agradecer o que não nos dão
Nem mesmo no Teu dia, no dia do ano que é mais Teu que qualquer outro.
Acabamos sempre a falar:
Agradecer o que não nos dão
quinta-feira, 17 de abril de 2014
Em resumo...
I fill like shit.
Alguém me ensinou que, para não nos preocuparmos com coisas que não merecem preocupação, devemos perguntar-nos o seguinte: "Vai fazer a diferença daqui a 3 anos?".
Sabedoria popular, filosofia chinesa ou pura chachada, este truque é a cereja no topo da minha angústia.
Exames na terça. Provavelmente o dia mais difícil (academicamente falando) que me chega às mãos. Recuperar duas das cadeiras mais difíceis do curso, num dia.
É verdade que estou a estudar desde de Fevereiro.
Tenho apontamentos feitos de tudo.
Mas, agora realizei que é impossível. Em 5 dias, não me vai entrar tudo na cabeça, com a organização que requer.
Deixar uma não é solução, too scared for that, too much time invested.
Chorar também não.
Estou angustiada, nervosa, irritada e a sentir-me profundamente impotente. Ashtag, Ashtag, Ashtag.
E dentro de três anos:
Fiz três anos mais de curso e ainda não estou no sexto. A minha mãe pagou o triplo de matrícula, porque uma cadeira arrastada leva outras duas atrás, e por aí fora. Mais um ano para a Mãe pagar. Mais um ano para o M esperar.
E tudo para quê???
Se o resto da vida for assim, se o resto da vida se resumir a constantes batalhas diárias, a rotinárias promessas de que amanhã vai ser melhor e diferente, a constantes desilusões, tudo por 5 minutos de vitória que vêm quando lhes apetece, DISPENSO.´
Posso me despedir???
Odeio medicina Ashtag.
Alguém me ensinou que, para não nos preocuparmos com coisas que não merecem preocupação, devemos perguntar-nos o seguinte: "Vai fazer a diferença daqui a 3 anos?".
Sabedoria popular, filosofia chinesa ou pura chachada, este truque é a cereja no topo da minha angústia.
Exames na terça. Provavelmente o dia mais difícil (academicamente falando) que me chega às mãos. Recuperar duas das cadeiras mais difíceis do curso, num dia.
É verdade que estou a estudar desde de Fevereiro.
Tenho apontamentos feitos de tudo.
Mas, agora realizei que é impossível. Em 5 dias, não me vai entrar tudo na cabeça, com a organização que requer.
Deixar uma não é solução, too scared for that, too much time invested.
Chorar também não.
Estou angustiada, nervosa, irritada e a sentir-me profundamente impotente. Ashtag, Ashtag, Ashtag.
E dentro de três anos:
Fiz três anos mais de curso e ainda não estou no sexto. A minha mãe pagou o triplo de matrícula, porque uma cadeira arrastada leva outras duas atrás, e por aí fora. Mais um ano para a Mãe pagar. Mais um ano para o M esperar.
E tudo para quê???
Se o resto da vida for assim, se o resto da vida se resumir a constantes batalhas diárias, a rotinárias promessas de que amanhã vai ser melhor e diferente, a constantes desilusões, tudo por 5 minutos de vitória que vêm quando lhes apetece, DISPENSO.´
Posso me despedir???
Odeio medicina Ashtag.
quarta-feira, 16 de abril de 2014
Procura-se mentiroso piedoso
Procura-se alguém com a capacidade de me ligar e mentir de forma credível. Alguém capaz de me me mentir piedosamente e dizer-me, na cara, que vou conseguir. Alguém que finja que, no fim, tudo se resolve e que me diga que acredita, que vou passar.
Não preciso de verdades, só de bons actores. Alguém?
Não preciso de verdades, só de bons actores. Alguém?
Hoje,
Todas as pessoas que vivem em casa dos pais; que não têm que ir às compras, carregar os sacos e cozinhar; que nunca se deram conta que durante a época de exames a roupa também se suja e alguém tem que a lavar; que não usam as t-shirts três vezes para "poupar"; que têm máquina de lavar pratos; que nunca limparam o pó e que não têm que pensar no jantar, irritam-me.
As que estão de férias? Essas abomino.
As que estão de férias? Essas abomino.
sábado, 12 de abril de 2014
Primeira vez
A minha primeira vez foi com o Narciso. Gritou o tempo todo e ao fim de 4 minutos estava morto.
"Dizem" que só se é médico de verdade depois de se matar um paciente. Suponho que isso não seja bem assim. Imagino que a maioria dos médicos não matem ninguém, a vida toda. Espero que isso seja verdade e rezo para nunca calçar esses sapatos.
Uma vez, uma professora disse-nos que todos íamos cometer um erro ao longo das nossas carreiras. É rezar para que seja pequeno.
Quanto ao Narciso... Bem, posso dizer que já eram 5.30h, que estava cansada e que não fazia a menor ideia do que fazer.
Mostraram-nos um caso clínico, lemos a história e entrámos (a Maria e eu) no quarto onde o Narciso passa os dias. Ele gritava, suava, tremia. Nós tremiamos ainda mais. A "enfermeira" só nos perguntava o que queríamos que fizesse. A minha cabeça estava vazia. Toda a teoria, que já por si é pouca, fugiu naquele instante.
Nem se me ocorreu perguntar-lhe o que se passava. Primeira regra: trata-se o paciente e não a doença. Eu ia tratar o shock séptico e não o Narciso.
Olhei para as análises que eram o oposto do que esperava. Foi-se o diagnóstico por água abaixo. Tivesse-me preocupado em rever a história clínica e tudo faria sentido.
Auscultei o narciso, mas não parei para ouvir.
E quando a enfermeira me perguntou quando oxigénio lhe devia dar respondi: "15". Mais tarde, a professora lá disse que o ar por si, tem 21% de oxigénio, ou seja ao dar-lhe quinze estava a privá-lo ainda mais. A Maria lá gritou um 100%, o que também foi bastante ao lado...
Ao fim de 4 minutos, ouvimos: "O vosso paciente morreu". Nem me tinha dado conta, confesso.
E a simulação acabou.
Am I in the right place?
"Dizem" que só se é médico de verdade depois de se matar um paciente. Suponho que isso não seja bem assim. Imagino que a maioria dos médicos não matem ninguém, a vida toda. Espero que isso seja verdade e rezo para nunca calçar esses sapatos.
Uma vez, uma professora disse-nos que todos íamos cometer um erro ao longo das nossas carreiras. É rezar para que seja pequeno.
Quanto ao Narciso... Bem, posso dizer que já eram 5.30h, que estava cansada e que não fazia a menor ideia do que fazer.
Mostraram-nos um caso clínico, lemos a história e entrámos (a Maria e eu) no quarto onde o Narciso passa os dias. Ele gritava, suava, tremia. Nós tremiamos ainda mais. A "enfermeira" só nos perguntava o que queríamos que fizesse. A minha cabeça estava vazia. Toda a teoria, que já por si é pouca, fugiu naquele instante.
Nem se me ocorreu perguntar-lhe o que se passava. Primeira regra: trata-se o paciente e não a doença. Eu ia tratar o shock séptico e não o Narciso.
Olhei para as análises que eram o oposto do que esperava. Foi-se o diagnóstico por água abaixo. Tivesse-me preocupado em rever a história clínica e tudo faria sentido.
Auscultei o narciso, mas não parei para ouvir.
E quando a enfermeira me perguntou quando oxigénio lhe devia dar respondi: "15". Mais tarde, a professora lá disse que o ar por si, tem 21% de oxigénio, ou seja ao dar-lhe quinze estava a privá-lo ainda mais. A Maria lá gritou um 100%, o que também foi bastante ao lado...
Ao fim de 4 minutos, ouvimos: "O vosso paciente morreu". Nem me tinha dado conta, confesso.
E a simulação acabou.
Am I in the right place?
sexta-feira, 11 de abril de 2014
Namorar
Namorar tem muito que se lhe diga. Escrevem-se textos e mais textos. "Conselhos e segredos para um namoro duradouro", "Maneiras de fazer as coisas funcionar" e até coisas como "10 truques que o vão deixar fora de si" (e não é de irritação).
O meu podia chamar-se: "O que fazer quando ele vai pescar, remar, fritar ou fazer uma outra actividade, cujo nome se relaciona com actividade piscatória, mas que não tem nada a ver" ou "10 actividades, cujos nomes são todos de origem anglo-saxónica, que a vão deixar louca" (meeting, bonding, crushing, burning, team bulding, entre outras...).
Na sua essência, consistiria em exercícios de respiração, beeeem profunda.
O meu podia chamar-se: "O que fazer quando ele vai pescar, remar, fritar ou fazer uma outra actividade, cujo nome se relaciona com actividade piscatória, mas que não tem nada a ver" ou "10 actividades, cujos nomes são todos de origem anglo-saxónica, que a vão deixar louca" (meeting, bonding, crushing, burning, team bulding, entre outras...).
Na sua essência, consistiria em exercícios de respiração, beeeem profunda.
quinta-feira, 10 de abril de 2014
"Sevilla tiene un color especial"
De volta, depois de três dias maravilhosos, a minha alma está cheia.
Três dias: Campeonato de Espanha de Rugby Universitário.
Agoniei, sobre a decisão de ir, ou não.
Fui, e venho de alma CHEIA e pronta para me atirar de cabeça ao trabalho.
Sei que se adivinham duas semanas de verdadeira quaresma, sei que chegou a hora de dar o tudo por tudo. Sei que é agora, ou nunca.
Estou morta de medo de não conseguir e, realisticamente, reconheço que as probabilidades de alcançar O objectivo, não estão bem a meu favor. Mas, que se lixe!
Se me tivessem dito há 6 meses, que ontem fiz 14 horas de autocarro, de volta de um campeonato de Espanha de Rugby, eu ria-me e dizia que isso era impossível.
Pelos vistos, na vida também há espaço para as coisas impossíveis.
Três dias: Campeonato de Espanha de Rugby Universitário.
Agoniei, sobre a decisão de ir, ou não.
Fui, e venho de alma CHEIA e pronta para me atirar de cabeça ao trabalho.
Sei que se adivinham duas semanas de verdadeira quaresma, sei que chegou a hora de dar o tudo por tudo. Sei que é agora, ou nunca.
Estou morta de medo de não conseguir e, realisticamente, reconheço que as probabilidades de alcançar O objectivo, não estão bem a meu favor. Mas, que se lixe!
Se me tivessem dito há 6 meses, que ontem fiz 14 horas de autocarro, de volta de um campeonato de Espanha de Rugby, eu ria-me e dizia que isso era impossível.
Pelos vistos, na vida também há espaço para as coisas impossíveis.
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