quinta-feira, 25 de abril de 2013

"Uma mão cheia de nada"

Já não é a primeira vez que à mesa desta casa vem à baila o tema da religião. Começamos sempre a falar de forma civilizada e não acabamos ao murro por sorte.
Entre os muitos assuntos relacionados está sempre o "dar uma educação católica (ou religiosa) aos filhos", como alguns dos nossos pais fizeram, ou "deixar-lhes a liberdade de um dia mais tarde escolherem".
Nascendo numa família católica, sou assim desde que me lembro e agradeço-o cada dia que passa. A forma como Deus enche a minha vida faz-me incrivelmente feliz todos os dias e não deixa que haja uma noite em que não vá dormir agradecida. Quando nestas discussões se ouve alguém dizer isto, ou algo do género, costuma saltar o argumento de que só somos assim porque foi o que os nossos pais nos "impingiram". Não é verdade. É impossível impigir uma crença profunda. Nós, como seres  críticos e dotados de raciocínio lógico, questionamos, naturalmente, num determinado período da vida, o que somos e para onde queremos ir. Não há católico /protestante/mulçulmano... crente de verdade que o seja porque alguém um dia o obrigou. As escolhas são-no por serem produto de questões e análise de opções, mesmo que mais inclinados, por natureza ou educação, para uma opção determinada, a escolha é livre. Se "fiquei com o que os meus pais me impigiram" não terá sido, com certeza porque o fizeram, mas sim porque depois de mo darem a conhecer o escolhi de livre vontade e com todo o gosto.
A falácia onde está? Está no uso da palavra "liberdade". É uma mentira dizer que lhes vamos "dar a liberdade de escolher", porque sem que se apresente uma qualquer opção não há escolha, se não há escolha não há liberdade. Como pode alguém escolher uma coisa que nem sabe que existe? E a verdade é que também essas crianças crescem com o que os pais lhes impigiram, mas neste caso não é um mundo infinito de amor, uma vida com promessas de eternidade. Neste caso, é nada. 

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