segunda-feira, 29 de abril de 2013

Partidas- Departures

Há dias em que pensar nisto me faz rir. Durante a minha curta passagem por Arquitectura, pediram-nos que escolhêssemos um espaço. Não sei se lhe chamavam vital, essencial, especial... Fosse qual fosse o nome, a ideia era trabalhar sobre um espaço que nos fizesse sentir realmente bem. Ironia das ironias, escolhi a entrada do aeroporto de Lisboa. Sim, aquele espaço enorme e nada acolhedor que tem umas placas amarelas fluorescentes, que em tempos me fascinaram.
Esse espaço enorme e nada acolhedor, intrigava-me e fazia a minha mente voar a 100 à hora. Era um espaço que conduzia a infinitas possibilidades, que tinha para contar incontáveis histórias, de mil vidas, que na altura me pareciam mil vezes mais interessantes que a minha. Mas, acima de tudo, era um espaço com portas para a "liberdade".
Hoje, o espaço que outrora foi tudo e mais, no meu imaginário quase infantil, é lugar de "adeuses" que me custam a alma, cada um por si; lugar onde muitas lágrimas caíram e onde muitas mais hão-de cair. Hoje as portas que ontem se abriam para um imaginário indescritível, deixam antever a rotina e as obrigações que a vida impõe.
Mas, se há coisa que sei em cada adeus, é que nenhum é um adeus para sempre. Há uns de uns meses, outros de quinze dias, todos custam mais que não seja pelo ter que largar dos abraços. Mas por mais que custem, todos prometem, seja a quem tem pela frente uma viagem quase eterna, ou a quem volta para trás num banco de Metro vazio,  o consolo da rampa das chegadas.

3 comentários: