domingo, 6 de maio de 2012

" Não encontrei nada do que pedi, mas encontrei tudo o que precisava"

Sem dar conta, nem valor, sempre vivi num sítio cheio de Deus. Um Deus presente, cuja presença se reflectia na vida de quem me rodeava. 
 Estar rodeada de pessoas que falavam d'Ele com fervor; ter um mãe beata que nos ensinou a rezar o terço; ir à missa a uma igreja sempre apinhada, com músicas mesmo giras; ter mil e um amigos beatos, que são exemplos de todas as maneiras e que me vão ensinando imensa coisa; viver um namoro cheio de Deus eram coisas que faziam parte do meu dia-a-dia, que me enchiam a alma sem que desse por isso. 
Quando cá cheguei encontrei uma cidade vazia, um sítio onde a vida parecia correr sem que alguém se lembrasse de que Deus existe. Encontrei uma cidade com igrejas sem ninguém, onde não há um grupo/associação católica. Assumi que neste sítio se caminha sem ninguém ao lado, ou com duas ou três velhotas e um padre (que não lhes fica atrás), que estão na missa de domingo.  
E assim passei o Outono, cheia de ciúmes de todos aqueles que deixei em casa. Com vontade de também ir às missas cantadas, aos retiros, às peregrinações, aos escuteiros e às palestras.
Mas, porque as nossas certezas levam sempre um 10 a 0 no que toca a Deus, as minhas não foram excepção. Encontrei aquilo de que estava certa que não existia. 
Não encontrei pior, não encontrei melhor. Encontrei diferente. 
Encontrei companhia para a missa, a Júlia (não vizinha) e estou convencida de que nós conseguimos baixar a média de idades para 30! Encontrei a envangelista mais amorosa, que me ensinou que Deus preenche a vida de quem o procura, mesmo em caminhos diferentes dos nossos e que me manda videos e músicas beatas (em português!), quando acha que estou a precisar de ser animada. Encontrei gente que me desafia constantemente e que me faz questionar imenso a minha fé e procurar respostas. Encontrei um padre amoroso que dá as melhores homilias. Encontrei consolos. Encontrei desafios. 


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